domingo, 1 de julho de 2012

Sonhos.

          Já era noite, estava deitado. Olhava os céus como alguém que procura algo e não sabe mais onde procurar. E realmente não sabia. Absolutamente nenhum ruido vindo de nenhuma direção chegava aos meus ouvidos. A brisa que tocava minha pele me lembrava o suave toque que aquelas mãos marcavam. O mesmo vento me fazia sentir o vazio restante de sua ida. Em tudo vejo sua falta. Miro o olhar nas estrelas para tentar esquecer. Mas a cada forma em que eu as riscava, como em um jogo de ligue os pontos, eu via os traços daquele rosto. Sentia frio, como nunca havia sentido antes.

          Ficar aqui não mais me ajudará. Na verdade só está atrapalhando. Agora volto pra casa. A escuridão me assombra em cada beco. A cada esquina que viro espero encontrar aquele ser. Mas o destino só me oferece postes. Os quais mal o caminho sabem iluminar. A cada vez que vejo um breu, imagino vê-la ali. Mas todas essas vezes me decepciono.

          Assim que chego em casa, subo as escadas. Elas rangem e, novamente, ela não está ali para, carinhosamente, abafar o som chamando meu nome. Deito-me. A cama parece maior do que de costume. O silêncio incomoda. Com um pouco de dificuldade durmo. Uma noite sem sonhos. O que devo esperar amanhã? Só espero que meu sonho volte.

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