domingo, 1 de julho de 2012

Prisão.

          Não me lembro como dormi, mas acordei ainda cansado. Levantei-me com dores. Um cheiro fétido rondava o ar. Quando finalmente voltei a mim e me dei conta de onde estava, tive uma surpresa desagradável. O lugar era velho, tudo parecia cair aos pedaços, meio apertado, e extremamente úmido, a ponto de ser difícil respirar. Uma de suas quatro paredes eram barras de metal, estavam enferrujadas e a tinta descascava, porém ainda eram resistentes. O portão que ali havia estava trancado. A pior parte é que não existia, em nenhuma parte, sinal de comida.

          Após aproximados dois dias tentando abrir o portão, sem ao menos poder ver a luz do sol, não me aguento mais de fome. A morte já está certa, mas me recuso desistir tão facilmente. Tento ver se há algo ao lado desta cela. Coloco o braço para fora e começo a apalpar a parede. Sinto, com esforço, as pontas de meus dedos tocarem alguma coisa. Aparentam ser chaves, mas estão longe o suficiente para que eu não possa apanhá-las.

          Estava quase em um ato de contorcionismo, quando chega a meus ouvidos um som de corte, seguido do som de uma batida dura, como se quisessem abrir um buraco na parede. Imediatamente paro de sentir as chaves e me vem uma insuportável dor que me faz recuar. Caio no fundo do quarto, meu braço não veio. Vejo uma quantidade de sangue, que nunca imaginei ter, sair de meu corpo.

          Olho para as grades tentando descobrir o que havia acontecido. Vejo surgir um homem mascarado, estava carregando consigo um machado ensanguentado. Minha visão começa a embaçar e percebo que não há mais formas de sobreviver. Sem me restar mais escolhas, aceito o meu destino. Encosto a cabeça na quina da cama e durmo.

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